segunda-feira, 30 de maio de 2011

AAPAL - UM NOVO CICLO

Hoje, muitos de vós, estais aqui apenas com uma única finalidade: conviver, reencontrar amigos há muito perdidos, renovar esses laços de amizade que o tempo fez desvanecer e, ao final do dia, regressais a casa com a “alma lavada” e de espírito novo, ansiando pela data do próximo convívio. É assim, dessa forma simplista, que encarais a AAPAL, esquecendo que nos bastidores trabalhou toda uma equipa de gente interessada e despojada de outros interesses que não sejam os da solidariedade e que essa equipa não trabalhou apenas para vos proporcionar um dia de convívio, mas também porque persegue objectivos bem mais profundos que aqueles que lhe atribuís. A AAPAL não foi fundada para organizar o convívio anual; a organização deste evento é apenas uma consequência da sua existência. A AAPAL tem nos seus estatutos objectivos solidários que muitos de vós – atrevo-me a dizer a maioria – desconhece, porque nunca se se interessaram verdadeiramente em conhecê-los.
É esse desafio que aqui vos venho lançar: CONHECER OS OBJECTIVOS A QUE A AAPAL SE PROPÕS.
Ao criar-se esta Associação esteve presente no espírito dos seus mentores a imensa comunidade escolar dispersa pelos 4 cantos do mundo. Uns, mercê do seu esforço, da sua capacidade e da sua perseverança conseguiram reestruturar as suas vidas, social e financeiramente. Mas será que todos o conseguiram? Não! E nós na AAPAL sabemos disso e queremos, sem nos arvorarmos em “salvadores do mundo”, mitigar um pouco o sofrimento desses nossos companheiros, os que por uma ou outra qualquer razão que não importa aqui dissecar, não conseguiram atingir o mesmo desiderato. Por que não então partilharmos um pouco do muito que temos com esses que pouco ou nada têm?
Quando nós conhecemos situações de antigos companheiros, cuja vida solitária os inibe de conviver tal como aqui o estamos a fazer, por que não proporcionar-lhes alguns momentos de convívio, mitigando a dor da sua solidão?
Desenganem-se aqueles que pensam que queremos apoiar financeiramente quem a nós recorra. Não o iremos fazer, não só porque os nossos estatutos não contemplam esse tipo de apoio, mas também porque não temos o perfil nem a estrutura de uma IPSS. Procuraremos e queremos apoiar esses nossos antigos companheiros de forma diferente, envolvendo sobretudo o trabalho de voluntariado.
Por que não a criação de centros de dia regionais onde possamos desenvolver essas sinergias e proporcionar algum bem-estar a companheiros menos favorecidos pela sorte? Porque não o apoio domiciliário, em regime de voluntariado, a antigos companheiros acamados ou enfermos? Por que não? Por que não ocupar algum do nosso tempo livre levando uma palavra de conforto a um antigo companheiro hospitalizado? Por que não?
Temos um vasto campo onde poderemos demonstrar que não perdemos algum do nosso espírito solidário e que a nossa natureza foi caldeada em cenários e em condições bem muito diferentes daquelas para onde fomos arrastados pelos interesses políticos, que nos impuseram situações e condições que muitos souberam enfrentar e vencer e outros nem por isso. Pensemos nesses outros.
E são apenas estes os objectivos que a AAPAL persegue? Obviamente, não! Não podemos perder de vista o facto de existir, na nossa vasta comunidade, um conjunto de pessoas que desenvolvem as suas aptidões pessoais, no campo das artes plásticas, da literatura, do artesanato e muitas delas a necessitar que os seus trabalhos ganhem a visibilidade que merecem. E por que não fazê-lo com o apoio da AAPAL? Todos ficariam a ganhar e daríamos a conhecer à comunidade onde estamos inseridos toda a “nossa riqueza cultural”. E muitos outros “por que não” estão ao nosso alcance, assim nos saibamos imbuir da vontade necessária para os alcançar? O espaço de que disponho é, manifestamente, insuficiente para expressar os muitos “por que não” que podemos equacionar. Fico-me por aqui.
É esta a reflexão que vos deixo. Passai a encarar a AAPAL de uma forma diferente. Pensai que há ciclos que se fecham para que outros se possam abrir.  Vamos dar as mãos e abrir esses muitos outros ciclos que podemos abrir.

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