segunda-feira, 30 de maio de 2011

AO CORRER DA PENA...

Não permitas nunca que alguém venha a ti e que, ao partir, não vá melhor e mais contente                                       
Madre Teresa de Calcutá

Este pensamento enquadra-se bem no espírito do Convívio de que vamos desfrutar. Vamos, comungando do espírito da AAPAL, reviver momentos; abraçar amigos ou companheiros que, nem o tempo, nem a descrença ou sequer a distância conseguiram separar. Conviver é “viver com” e vamos viver estas horas plenamente. Não só falar, abraçar, beijar mas…viver! Falar, ouvir, perguntar, responder, cativar, consolar e tudo receber e dar como se fosse ontem sendo hoje; como se fosse a última vez ou a primeira; como se fosse… para sempre!

A nossa Associação precisa desse calor, dessa alegria, dessa troca de afetos, dessas lágrimas e desses risos; dessa entrega, desse dar as mãos, para continuar a viver. E como é grande a sua alma! Tão grande que… tão poucos fizeram tanto! No meio duma tormenta só se salva quem não está isolado. Libertemos a nossa energia; recebamos energia de mente aberta para que possamos absorver, por completo, o que esta Associação pretende, o que já nos deu e dará. A AAPAL somos todos nós, com direitos e deveres, não interessa onde, como, quando. O aqui e agora interessam…já! Aproveitemos estas horas em plenitude, para nos olharmos nos olhos, sendo leais, simples, generosos companheiros de caminhada. Esta Quinta é um local de reflexão como um restaurante “de beira de estrada” onde não estamos por acaso, mas porque somos nós e cada Um quer ser o Outro, para ajudar, querer bem, abraçar com força, beijar, beijar mesmo.
              
            “Antes da despedida pergunta-te: “Eu, o que ofereci?”

Perguntemo-nos “O que ofereci?” para que o outro se diga “O que recebi”. Dar e receber! Que bálsamo para a alma esta sensação de gratidão e dádiva! Mas…se nada nos pertence e foi, tão somente, posto ao nosso alcance para sermos fiéis depositários dos bens que temos então… partilhemos, melhor ainda, se o fizermos sem que nos seja pedido.
     
          
 O amor exige gestos concretos. Não digas “Volta amanhã que te darei tudo o que pedires”.

E se não houver amanhã mas hoje, só hoje? Como nos sentiremos por não termos dado quando nos foi possível? Já não há regresso ao passado. A ocasião foi-se. E ficámos com um pesar na consciência porque não fomos lestos, porque adiámos. “Ai se eu soubesse!”. Temos que saber sempre ou no mínimo, tentar saber. Depois de um meio passo o outro meio virá. Posso fazer uma sugestão? Que cada um de nós, usando um “post-it”, uma folhinha de agenda (se a memória já falha), saia daqui com o contacto deste(a) companheiro(a) cuja pegada perdeu. Será bom. Será bastante. No final “encontraremos” meia dúzia de pessoas com quem nos cruzámos ao sol no Lobito: os “oitenta” , os “setenta”, os “sessenta”, quiçá os ”cinquenta”. Outros irão substituir-nos mais tarde. Agora somos nós.

“È bom dar quando nos pedem. È melhor, porém, intuir a necessidade dos que nada pedem”.

Voltemos a quem nos trouxe ou nos ajudou a chegar aqui: a AAPAL. Não a Comissão Organizadora do Convívio pois essa foi só o intermediário mas a Associação com uma alma e um corpo que precisam de apoio para apoiar. Ter vontade e ser generoso, por vezes, não é bastante. E não me venham com ”Ai, a crise!”. Qual crise? Há quem viva sempre em crise e seja generoso. A ”crise” é um desafio para vencer; é um desafio à nossa imaginação, à nossa coragem de povo pioneiro e sobrevivente, com marcas culturais pelo mundo, que sempre sabe ser solidário com os de fora mas, antes disso , com os de dentro. Vá lá! È menos um “trapo” que se compra, menos um maço de cigarros, menos um adereço, menos um berloque para o carro. Em certos casos, como é doce a renúncia! E nós somos capazes de fazê-lo para nos inscrevermos na AAPAL (ou ajudar outros a fazê-lo) que nos pede tão pouco por ano. Eu sei de companheiros(as) que ansiavam por ser associados, vir ao convívio, reencontrar e ajudar  os ex-colegas, sempre companheiros, e não podiam porque não tiveram sorte ou a vida os maltratou. Estão aqui, de olhos brilhantes, alguns chorosos. Não se envergonhem de confessar que a vida vos foi madrasta; façam-no a quem vos parecer digno desse desabafo, de qualquer forma, mas façam-no honestamente. Felizmente há muitos que estão bem; há outros que parecem “estar bem” mas não estão e outros ainda que não estão mesmo. A AAPAL não tem nem pode ter essa samaritânica vocação mas servirá de intermediária do mesmo modo que cada um de nós.

Inscrevamo-nos na AAPAL! Somos todos bem-vindos, porque fomos, somos e seremos companheiros, uns já de cabelos brancos outros nem tanto. Se cada um der um pouco de si, do que é seu, do que lhe foi entregue para partilhar seremos grandes, diferentes e o nosso mundo será um “Mundo Novo” imbuído de um “Espírito Novo”.

Bem hajam!
Professora da EICL, EP Afonso Henriques e Doroteias


“Se tens um amigo, vai frequentemente visitá-lo, pois os espinhos e o mato facilmente tomam conta do caminho que não é percorrido”.

Sem comentários:

Enviar um comentário