quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

UMA QUESTÃO DE VOCAÇÃO

Maria José Candeias Esteves Barreto nasceu em Lisboa a 29 de Fevereiro de 1940. Filha de um famoso relojoeiro lisboeta ingressou, aos 12 anos de idade, na Escola de Artes Decorativas António Arroyo. Sempre muito solicitada, ainda na Escola Primária, sobretudo por professores, anuía de bom grado. Na dúvida sobre “O que queres seguir?” a sua professora de Desenho, D. Cristina pediu-lhe, um dia, que viesse com a mãe à escola. Em jeito de curiosidade - sem nunca ter estado em África - fez um trabalho em cortiça retratando o Continente Africano. Aconselhada que foi a mãe no sentido de a deixar seguir Artes, ei-la na António Arroyo no Curso de Pintura (ela preferia Arquitectura mas…a Matemática! Escola famosa e exigente, as aulas iam das 8 às 19 h. Foi aluna dos mestres Abel Manta, Senna da Silva e Cargaleiro. Estudou arte e design, cerâmica, desenho figurativo. Entretanto estudava Teatro com António M. Couto Viana que orientava o grupo da Igreja da Penha de França, em cujo Coro também cantava. Após o Curso trabalhou no gabinete gráfico da Neocel em Cabo Ruivo e em 1958 foi leccionar na Marinha Grande. É evidente que jamais voltou a pensar em Arquitetura até porque os Mestres não a deixaram ir. Em boa hora, diga-se. Conheceu, entretanto, o futuro marido, casou e foram viver para Moçambique, onde ele estava destacado em Vila Cabral. Daí mudaram-se para Tete. Não tendo quem o substituísse, o marido continuou, Mª José regressou a Portugal e concorreu para Gouveia, onde lecionou nos Cursos de Formação Feminina e Serralharia durante dois anos. Em 1965, finda a comissão do marido, voltou ao Lobito, que já conhecia da viagem para o Índico e que nunca esquecera. A cidade-jardim esperava-a. Dois anos no L.A.L.A e, finalmente, a Escola Preparatória Afonso Henriques.  Apresentamos a seguir algumas das obras da nossa associada e fotos de uma exposição que realizou.

(Texto de Sílvia Vieira)

desalento

Mulher à janela

        

Sem comentários:

Enviar um comentário